A falência de nossa Diretriz Espiritual

30/08/2013 16:48
 
    Se buscarmos na História, uma explicação para a corrupção, os desmandos e a decadência moral que podemos observar em nossa sociedade, assim como em toda sociedade de cultura ancestral ariana, nós compreenderemos que estamos no crepúsculo de uma era.
    Em todas as grandes reestruturações culturais aconteceram fenômenos semelhantes.
    Todos os povos, em todas as épocas, sempre se guiaram por uma Diretriz Espiritual, na qual existe uma ideia de Deus, mesmo que representado por algum mito; nessa Diretriz se estabelece a ideia da transcendência do ser humano, ao compreenderem a imortalidade alma. Estabelece; também, as ideias sobre a Justiça Divina; e ainda, estabelece uma norma de conduta para cada cidadão, que todos respeitam por emanarem da Divindade; esta norma será regida por de um Código Civil, que estabelece a condição de cada um na sociedade.
    A humanidade está sempre evoluindo, tanto na vertente intelectual, quanto na vertente moral, porém, os detentores do poder, aqueles que conduzem a sociedade, nunca admitem mudanças ou reformas em suas leis, o que reduziria seu poder, com isso estabelecem a estagnação de seus códigos jurídicos e os mesmos deixam de atender aos interesses sociais, colocando toda a Diretriz Espiritual num processo de deterioração e assim, perde o respeito dos cidadãos; a partir daí prosperam os vícios e as virtudes desaparecem. É isso que acontece com toda a Sociedade Ocidental, aquela de cultura ancestral ariana.
    Hoje, se perguntarmos a um cidadão comum: O que é vício? O que é Virtude? A resposta poderá variar muito, se houver resposta. E você, que está lendo este texto, responda para você mesmo: O que é vício? O que é Virtude?
Não importa a resposta que deu, seja qual for, ela veio de uma Diretriz Espiritual, mesmo que seja a  nossa, que agoniza nesse momento.
    A Diretriz Espiritual que nos orientava até poucas décadas, fornecida pela Igreja Católica Romana, entrou em um processo de falência; essa Diretriz deixou de atender às novas exigências intelectuais da sociedade. A Igreja não acompanhou a evolução intelectual que modificou os princípios morais, e hoje, nem mesmos os devotos dessa Igreja levam a sério sua diretriz.
    Infelizmente, o Movimento Espírita transformou-se em um arremedo dessa Igreja, portanto, não conseguiu desenvolver uma Diretriz Espiritual adequada para nossa sociedade atual, com a condição intelectual conquistada e com novos princípios morais. Justamente por isso estamos amargando uma estagnação, em todos os sentidos em que deveria se desenvolver nossa Doutrina.
    O porcentual da população que a aceita, hoje, é inferior ao porcentual que a aceitava em 1950, portanto, nós não estamos apenas estagnados; estamos regredindo, estamos nos destruído, estamos sendo descartados e enviados ao lixo, como coisa inútil. Veja a evolução dos porcentuais de espíritas obtidos pelo IBGE. Raciocine:
«««——»»»
    Em 1940 tínhamos 2,0 % de espíritas.
    Em 1950 tínhamos 2,5 % de espíritas.
    Em 1960 tínhamos 2,2 % de espíritas.
    Em 1970 tínhamos 1,7 % de espíritas.
    Em 1980 tínhamos 1,3 % de espíritas.
    Em 1990 tínhamos 1,2 % de espíritas.
    Em 2000 tínhamos 1,1 % de espíritas.
    Estes dados foram apresentados no 12° Congresso Estadual de Espiritismo, promovido pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, o congresso aconteceu em Campinas, e as informações foram coletadas na edição de 05/06/2002 da Revista Veja. Esta apresentação recebeu o título de:
    União das Sociedades Espíritas: Utopia, Fantasia, Diretrizes equivocadas ou falta de política objetiva.
    Em 2010 os dados do IBGE nos informa que o porcentual obtido foi de 1,9 % de espíritas.
«««——»»»
    Estes números nos levam às seguintes indagações:
     Nossa Doutrina não é adequada para os tempos atuais, ela deve ser descartada, pois, não atende aos anseios da sociedade?
    Ou ainda, uma segunda pergunta:
    A Doutrina que está sendo apresentada à sociedade é a verdadeira, ou está mutilada para atender aos interesses dos seus dirigentes?
    Não há necessidade de “queimar muito fosfato”, para compreendermos que a nossa verdadeira Doutrina não existe mais em nosso Movimento.
    Justamente por isso não temos uma Diretriz Espiritual a nos guiar.
    Vejo os “espíritas” se comportarem com uma submissão mitológica aos nossos dirigentes. Esta realidade tem de mudar, temos de ter um desenvolvimento intelectual adequado para adotarmos uma Diretriz Espiritual que venha a conduzir espíritas e não espíritas durante, depois das tempestades de reestruturação da sociedade.
   As atuais tempestades promotoras de mudanças, como no passado, somente serão concluídas quando tivermos uma nova Diretriz Espiritual sendo aceita e adotada livremente, sem imposições, por grande parte das sociedades que amargam o desequilíbrio; e a partir daí, irá iniciar-se uma nova era para a humanidade, poderemos ver a paz e o amor se manifestando em todas as relações entre as pessoas e os povos.
   Tudo depende de nós, tudo depende de nossa educação, primeiro da educação Exotérica que produzirá o desenvolvimento intelectual adequado, e depois, a educação Esotérica que produzirá a educação espiritual. Em futuros estudos veremos isso com mais detalhes.
    O único caminho para estas conquistas é o estudo, com determinação e vontade de conquistar os conhecimentos.
   O único caminho para estas conquistas é a aquisição dos conhecimentos que nos possibilitarão conhecer a Ciência Espírita, a Ciência Esotérica que desenvolveremos juntos; e esse conhecimento sendo conquistado por uma grande parcela dos espíritas nos permitirá a promoção de uma nova Diretriz Espiritual; justamente por isso eu o convido para que estude; nós podemos conquistar esses conhecimentos; estou trabalhando há muitos anos para chegar até este momento em que posso auxiliar aos meus irmãos nessa conquista que lhes trarão a liberdade espiritual.
    Venham! Vamos estudar juntos!
    Muita paz e amor para você.
    Recordemos O Espírito Verdade:
    Espíritas! Amai-vos; este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. 
Pedro Pereira da Silva Neto