3. 4 — COMPREENDENDO AS ENERGIAS NO EXERCÍCIO PSÍQUICO

17/03/2016 13:31

3. 4 — COMPREENDENDO AS ENERGIAS NO EXERCÍCIO PSÍQUICO

Creio que você tenha compreendido a importância de nossas ideias dominantes ou nosso «desejo-central». E pela importância do assunto, vamos rever este texto:

— Sim, aprendemos nas escolas de vingadores que todos possuímos, além dos desejos imediatistas comuns, em qualquer fase da vida, um «desejo-central» ou «tema básico» dos interesses mais íntimos. Por isso, além dos pensamentos vulgares que nos aprisionam à experiência rotineira, emitimos com mais freqüência os pensamentos que nascem do “desejo-central” que nos caracteriza, pensamentos esses que passam a constituir o reflexo dominante de nossa personalidade. Desse modo, é fácil conhecer a natureza de qualquer pessoa, em qualquer plano, através das ocupações e posições em que prefira viver. Assim é que a crueldade é o reflexo do criminoso, a cobiça é o reflexo do usurário, a maledicência é o reflexo do caluniador, o escárnio é o reflexo do ironista e a irritação é o reflexo do desequilibrado, tanto quanto a elevação moral é o reflexo do santo... Conhecido o reflexo da criatura que nos propomos retificar ou punir é, assim, muito fácil superalimentá-la com excitações constantes, robustecendo-lhe os impulsos e os quadros já existentes na imaginação e criando outros que se lhes superponham, nutrindo-lhe, dessa forma, a fixação mental. Com esse objetivo, basta alguma diligência para situar, no convívio da criatura malfazeja que precisamos corrigir, entidades outras que se lhe adaptem ao modo de sentir e de ser, quando não possamos por nós mesmos, à falta de tempo, criar as telas que desejemos, com vistas aos fins visados, por intermédio da determinação hipnótica. Através de semelhantes processos, criamos e mantemos facilmente o «delírio psíquico» ou a “obsessão”, que não passa de um estado anormal da mente, subjugada pelo excesso de suas próprias criações a pressionarem o campo sensorial, infinitamente acrescidas de influência direta ou indireta de outras mentes desencarnadas ou não, atraídas por seu próprio reflexo.

Compreendeu o foco de nosso interesse neste texto; ele nos esclarece sobre o que denominei de “ideias dominantes” no livro Karma — a Lei; creio que você compreendeu que você mesmo possui um «desejo-central» ou «tema básico» dos seus interesses mais íntimos.

Não se esqueça que este estudo é sobre você mesmo, portanto, você deve identificar seu «desejo-central» ou «tema básico de suas cogitações» e assim conhecer melhor a si mesmo. Não importa qual seja o resultado de sua análise, ela serve apenas para esclarecer a para você mesmo, a sua vulnerabilidade diante dos espíritos das trevas. Creio que você já não tem mais dúvidas a respeito das ações maléficas destes espíritos, que, com intenção ou não, estão influenciando seus pensamentos e ações; recorde-se dos onzenários, eles não tinham a menor intenção de influenciar as pessoas, apenas se conectavam com as ideias contidas no «desejo-central» semelhante aos seus próprios, portanto, no caminho da libertação está o conhecimento de nossas ideias dominantes ou nosso «desejo-central».

Aproveito o momento para recordar que contamos, também, com influências de espíritos que trabalham para que conquistemos, em primeiro lugar: O Conhecimento, e com o conhecimento, conquistamos o autocontrole. Este é o primeiro passo para nossa libertação dessa cadeia de energias que nos prende psiquicamente; no entanto, os espíritos que nos auxiliam nessa libertação, por respeitarem nossas necessidades de experiências, somente atuam quando observam que estamos despendendo nossa energia com vontade de progredir; eles jamais fazem o que nós mesmos podemos fazer; é justamente por isso que há um provérbio muito antigo que diz: Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece. Nós não precisamos procurar por um mestre encarnado, pois, no “Mundo Espiritual” existe o mestre adequado ao nosso desenvolvimento, um mestre adequado à nossa educação espiritual.

Agora vamos analisar as influências recebidas a partir de uma visão da Física, de uma visão eletromagnética.

Nós vimos de modo muito superficial o que é a ressonância eletromagnética; em nosso estudo imaginamos a colocação de uma carga elétrica em uma das extremidades de um fio e imaginamos as ocorrências esperadas. A frequência de ressonância da oscilação é determinada pelo comprimento do fio, porém, no espírito, o que determina sua “oscilação” é a vontade unida à emoção ou desejo, no exato momento desta oscilação; é algo equivalente a mudarmos o comprimento do fio de acordo com o que estamos sentindo no momento, e o momento, no caso, pode durar um milionésimos de segundo.

Agora, raciocine: Você possui um «desejo-central» e tudo começa a girar em torno desse «desejo-central» vamos analisar esse mecanismo. Como essa ideia dominante está sempre presente em sua consciência, tudo que você observa começa a se conectar com essa ideia dominante; por exemplo: diante de uma flor, o indivíduo preso à idolatria ao sexo, imagina o uso da flor para seduzir uma mulher; aquele busca o poder de domínio total sobre todas as pessoas imagina o uso da flor para lisonjear e manipular alguém para que possa ser útil aos seus interesses; o indivíduo preso à usura recorda-se de nunca ter gasto um centavo com estas coisas inúteis e diz para si mesmo que o melhor é dinheiro no bolso. A consequência direta disso é que a ideia dominante se fortalece com as conexões que vai estabelecendo, pois, tudo que observa acaba por trazer à consciência esta ideia, e suas amarras psíquicas prendem cada vez mais a pobre criatura.

Agora vamos voltar à análise sobre as energias irradiadas e recebidas por todos nós, assunto que já vimos em nosso terceiro estudo: 3 — O ESPÍRITO E SUA ENERGIA.

Vamos imaginar, por motivo pedagógico, que existe apenas dez canais de irradiação e recepção para espíritos semelhantes a nós, que vivem em um planeta de expiação e provas:

No canal número 1 se encontram os espíritos radicalmente presos ao “Monoideísmo”, ou seja: A ideia dominante se apossou totalmente da consciência do indivíduo e impede a presença de outra ideia; isso ocorre com ideias de ódio ou outras que comportam desajustes semelhantes, levando o espírito à alienação total e chegam a perder a forma física; André Luiz nos apresentou esta condição no livro Libertação, no qual estes espíritos foram denominados de “ovóides”.

No canal número 2 se encontram os espíritos presos ao monoideísmo, são espíritos semelhantes aos descritos no texto de André Luiz:

localizamos aqui, temporariamente, os onzenários enlouquecidos que, fora do campo carnal, apenas mentalizam o ouro e os bens a que se afeiçoaram no mundo. (Onzenários são os agiotas, os que praticam a usura.)

A ideia de lucro e acúmulo de riqueza material era irradiada pelos desencarnados durante o tempo todo provocando a instalação do monoideísmo na “vítima da obsessão”, eles funcionavam, de modo inconsciente, como estações de rádio a irradiarem a mesma música, o tempo todo, em breve, todos que sintonizam estas emissoras estarão cantarolando esta música.

No canal número 3 se encontram os espíritos semelhantes a Clarindo, o mais brutalizado dos dois obsessores, estes se comportam do modo descrito pelo Mestre Jesus como cães.

No canal número 4 se encontram os espíritos semelhantes a Leonel, ele participava do processo obsessivo, mas sua vontade não estava fixa, como a vontade de Clarindo, ele podia estar sendo induzido à continuidade da obsessão, por ser obsediado pelo outro.

No canal número 5 se encontram os espíritos que são mais ignorantes que rebeldes, são levianos, não compreendem a necessidade de educação.

No canal número 6 se encontram os espíritos que começam a compreender a necessidade de educação moral e são acolhidos pelos espíritos que trabalham na grande obra de educação existente no “Mundo Espiritual”, estes, quando encarnados, buscam as igrejas que impõe uma conduta de disciplina inicial, que é fundamental para as conquistas posteriores.

No canal número 7 se encontram os espíritos que começam a dominar todas as ideias que sejam um «desejo-central» impedindo, assim, a queda psíquica nos canais inferiores; tornam-se trabalhadores graduados no mundo espiritual. (este é nosso objetivo inicial)

No canal número 8 se encontram os espíritos que dominaram totalmente as ideias de um «desejo-central»; a estes, nenhuma influência externa, de origem inferior, pode impor a presença de uma ideia em sua consciência. Estes se tornam trabalhadores instrutores, semelhantes a Silas que acolheu André Luiz e seu companheiro Hilário para o aprendizado.

No canal número 9 se encontram os espíritos que já deixaram a condição de trabalhadores instrutores e se dedicam a coordenar o trabalho destes.

No canal número 10 se encontram os espíritos que já deixaram de encontrar utilidade para suas possibilidades, em nossas faixas vibratórias e se encaminham aos Mundos Superiores; como exemplo de espírito que conseguiu esta conquista; temos Alexandre o trabalhador instrutor referido por André Luiz no livro Missionários da Luz; veja o relato da despedida deste espírito que rumava em direção aos mundos superiores para novos estudos.

20 - Adeus

Esperava a continuidade de meus novos estudos em companhia de Alexandre; todavia, com surpresa, o meu amigo Lísias foi portador de um convite que me destinara o caritativo instrutor. Tratava-se de uma reunião de despedidas.

Li a mensagem pequenina e delicada, erguendo os olhos para o mensageiro. — Despedidas? — perguntei.

Esclareceu-me Lísias, pressuroso:

— Sim. Alexandre, como acontece a outros orientadores da mesma posição hierárquica, de quando em quando se dirige a planos mais altos, desempenhando tarefas de sublime expressão que ainda não podemos compreender. Creio deva partir amanhã, em companhia de alguns mentores que lhe são afins, e deseja apresentar despedidas aos colaboradores e aprendizes, na próxima noite.

Pois bem; assim compreendemos que de acordo com o sentimento do momento, o espírito, encarnado ou não, se coloca energeticamente em uma determinada classe de irradiação e recepção de energias, através de seus “elos espirituais”; desse modo compreendemos que; quando sentimos um intenso ódio de alguém; por um motivo qualquer que nos revoltou; nós assumimos a transmissão e a recepção de energias espirituais no canal 3, por exemplo; e assim, recebemos as energias de todos os espíritos que vibram nessa condição; aí experimentamos um acréscimo de ódio em nossa revolta; e a mesma pode durar um tempo que não podemos prever, assim, atraímos a atenção de todos estes espíritos para que apreciem nossa razão e fundamento para o nosso ódio. Você, evidentemente, já vivenciou, como todas as pessoas, esta experiência ou outra semelhante, em que se entregou por algum tempo ao monoideísmo; trata-se, sempre, de condição perigosa que pode levar os incautos aos crimes passionais que são noticiados diariamente na televisão, em que os incautos declaram não terem desejado o crime que cometeram.

Do mesmo modo, quando contemplamos um feito nobre, praticado por alguém, nós podemos, dependendo da pessoa, sentir um amor intenso pelo praticante deste feito, e neste momento, nós assumimos a transmissão e a recepção de energias espirituais no canal 7 ou 8, por exemplo; compreendemos, assim, que a Justiça Divina encaminha a cada um de nós, as influências que cada um fez por merecer.

Tudo isso vem nos mostrar que o conhecimento do assunto nos leva ao desejo de colocar sob controle, as nossas próprias ideias, e assim, nos livrarmos da interferência indesejável dos espíritos rebeldes.

Chegamos, portanto, ao momento de você conhecer um método de ação para começar a controlar sua mente rebelde, e impedir que ela imponha ideias indesejáveis e perniciosas, em sua consciência.

Veja o que disse a conhecida Madame H. P. Blavastski, fundadora do “Movimento Teosófico”, sobre a atuação da mente:

“A mente é boa serva, mas cruel senhor”

Ela quer dizer que, se você dominar sua mente, ela vai servir com presteza aos seus objetivos, porém, caso ela continue a dominar sua consciência, você não pode nunca saber o que ocorrerá com você mesmo; nem dos planos que deseja implementar.

Você deve rever este estudo mais uma vez, antes de acessar o próximo estudo; no qual vamos analisar o nosso primeiro exercício, que mudará sua vida psíquica, e o levará a ser um espírito superior ao que é hoje.

Desejo muita paz para você.

Recordemos O Espírito Verdade:

Espíritas! Amai-vos; este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.

Pedro Pereira da Silva Neto